quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mudanças

Mudar de casa, mudar de trabalho, mudar de escola, mudar a roupa. Mudam as estações, os meses, os anos... Mudamos o corte de cabelo, as mobílias da sala, de namorado/namorada. Podemos mudar o nome, o sexo, o telefone. Mudar... mudanças... E nossa essência permanece. Mas a mudança inevitável, "aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra; aquele fato sem explicação que iguala tudo que é vivo", como diria Chicó, essa mudança, ainda é a mais temida e triste. Morrer para nascer de novo... Quando mudamos, morremos para algo. Quando morremos, nascemos para algo. E a essência permanece. Mas no momento do encontro com essa verdade, fica difícil sustentar se é o que realmente queremos. A gente até pode voltar atrás para as mudanças necessárias nesta existência. Mas para a morte do corpo físico, para essa não tem volta - é só ida. E ir no amparo amoroso da família e dos amigos pode dar mais leveza para esse momento. E deixar ir com amorosidade e respeito, traz paz para que quem vai. Não tem nada de errado chorar... faz parte da despedida. Como não tem nada de ruim sentir medo - desde que seja do desconhecido. E buscar a firmeza de deixar ir o que é preciso ir... sem reter... libertar... Hoje, eu morro ao poucos. Venho buscando morrer para ilusões, vícios, mágoas... Para, quem sabe, quando a morte para esta existência chegar, minha bagagem de volta esteja mais leve e eu possa curtir essa viagem. Venho trabalhando o deixar ir... transformar os apegos em amor para, quem sabe, quando aqueles que compartilham desta existência comigo precisarem ir, que a viagem deles seja em paz, com a lembrança do amor que vivemos. Hoje, dedico essa mensagem ao que precisa ir...

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